O centro de Lisboa é um lugar único e autêntico que abriga tesouros arquitetónicos que têm vindo a ser redescobertos, ao longo dos anos. Erguido no século XVIII em plena rua de São Paulo, uma das mais movimentadas e importantes ruas da cidade, este charmoso edifício desperta a atenção de quem passa. Além da localização, é um sonho habitar num espaço cheio de história. Decorridos mais de onze anos desde as últimas obras de recuperação deste edifício, os traços de degradação eram naturalmente visíveis, tendo-se agravado o estado de alguns elementos estruturais, bem como o desaparecimento de muitos dos elementos decorativos, como azulejos, hoje quase inexistentes e reduzidos a pequenas áreas de painéis.
Apesar da proposta considerar a recuperação do edifício, a demolição e execução de algumas das suas áreas e elementos foi realmente necessária.
O edifício que se encontrava devoluto possuía uma ocupação comercial no piso 0 e habitacional nos restantes 5 pisos. Destinava-se a habitação e a comércio e foi construído nos finais do século XVIII ainda com traços e elementos característicos, tais como os vãos em guilhotina do Alçado Nascente que dá para as escadinhas da Calçada da Bica Pequena. O último piso parece ter sido realizado já no século XIX.
A proposta apresentava particular cuidado na recuperação e manutenção de grande parte da construção original que se encontrava maioritariamente em estado de degradação, dotando-a do modo mais subtil possível, de todas as infraestruturas necessárias para a implantação das valências projetadas.
Qualquer obra de recuperação é sempre uma situação única em si mesma, ainda que se tratando de uma intervenção em edifícios similares. O estado de conservação de cada edifício, a localização e envolvente, a dimensão e geometria e ainda os valores específicos, impõem sempre um novo olhar que procure interpretar as questões com ele relacionadas, ponderando o tipo de ações e propostas a implementar.
No caso concreto do presente edifício, tendo em conta a sua constituição, bem como a sua tipologia construtiva e de compartimentação, propôs-se a recuperação/alteração da sua utilização Habitacional, com exceção do espaço do piso 0 destinado a comércio.
Dada a natureza e a dimensão das habitações, o projeto arquitetónico integrou a subdivisão dos pisos existentes, considerando duas habitações por cada piso do 1 ao 4 e uma única habitação no piso 5 (sótão e águas furtadas).
Em termos de intervenção, apontou-se claramente para a recuperação na sua grande maioria quer dos aspetos estruturais, quer do ponto de vista da compartimentação do edifício, propondo-se a constituição de 9 habitações em função do conjunto de adaptações: três habitações de tipologia T1 e seis habitações de tipologia T2.
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